nos cais dos portos
nos trens abarrotados
nas estradas poeirentas
nunca o travesseiro macio
nunca a conversa ao redor da mesa
nunca a palavra lar
trazem consigo
o incerto olhar da espera
e a dignidade silenciosa
diante das portas fechadas
da alheia desconfiança
da inútil piedade
só levam de si a própria sombra
e o peso do nome: refugiados
são homens que não pertencem
trilham os caminhos das nuvens
só olham para a frente
- e para baixo
desconhecem regressos
alimentam-se
da esperança do futuro
são homens que não pertencem
quando os vejo
me aperta no peito
uma pesada dúvida:
qual o real significado
de ser humano?
inspirado nas fotografias do livro Êxodos, de Sebastião Salgado (fotos do livro)
E muito bem inspirada.
ResponderExcluirAbraço
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ResponderExcluir...sim! Muito triste... Não se ter mais um lugar para ser chamado de seu...
Belo e triste o poema!
Beijos de luz e o meu carinho...
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Num mundo onde o que importa é o Ter humano, Ser não significa nada. Se você não tem pertences, você não pertence. Logo veremos muitos refugiados ambientais, o que gerará mais guerras e refugiados e assim caminha num loop infinito.
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