13 junho 2010

Invasão


voltei a ser pedra

mármore amorfo

a ser talhado em nova poesia

o que fui perdeu-se

pelos fios invisíveis

rompidos por mão fria


pelas portas abertas

foram-se as palavras

dispersas no vento

agora eu sei

que devo confiar meus segredos

às árvores

ouvintes fiéis de meu alento


há que se recriar a música

há que se costurar

uma nova inspiração

buscando a fragilidade

dos sons e das harmonias

na memória do coração


tenho comigo

as jóias verdadeiras

e leio novamente a lição:

a vida é feita

de breves instantes

salvei as pérolas

perdi os brilhantes


(aqui era para estar um poema celebrando o Dia dos Namorados, falando de amor, que escrevi diretamente no computador e não imprimi. Mas, meu computador foi furtado de minha casa no último feriado, juntamente com a guitarra de meu filho e minhas jóias. Coisas materiais podem ser repostas, a inspiraçao de um momento jamais. Tentei recompor o poema e vários outros que não estavam terminados, sem sucesso, o que deu inspiração para este que transponho aqui - e que escrevi no papel, dessa vez, para garantir.)

2 comentários:

  1. Pena o roubo, bonito o poema.
    Beijos

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  2. Eu não sabia que a vida era feita de breves instantes, por isso perdi às pérolas e os brihantes. Como agora eu já sei, nem um baú eu quero ter para não guardar nada!
    Entendes o que falo?
    O computador, só comprando outro, né?
    Beijos...

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