18 janeiro 2012

Dos silêncios de mim


 
há um silêncio em mim
que povoa os entremeios
anseios que se debatem
em esferas estelares

há um silêncio em mim
de vocábulos adormecidos
falidos versos rasgados
no frenesi dos momentos

há um silêncio em mim
que viaja solitário 
templário fiel das lendas
em busca de seu graal

há um silêncio em mim
que escapa ao entendimento
lamento saudoso de um tempo
longe de qualquer idade

há um silêncio em mim
feito de sombras e espaços
escassos rumores longínquos
bastidores femininos

há um silêncio em mim
que sobrevive suspenso
pretenso na boca que fala
intenso na alma que vagueia 

(arte de Yaroslav Kurbanov)

2 comentários:

  1. Às vezes é bom ouvirmos o nosso próprio silêncio!
    Beijo

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  2. Poesia encantadora.
    Tem momentos que o silêncio me ensurdece, depois me refaço nele, sei que foi o instante em que a alma gritou do recôndito meu...

    "há um silêncio em mim
    que sobrevive suspenso
    pretenso na boca que fala
    intenso na alma que vagueia"

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