12 agosto 2012

Do fim para o começo




os continentes estão vazios de vozes
os continentes estão vazios de vidas
de exílio em exílio vagueia a humanidade
todos sob o peso da escuridão

os que emergem na penumbra
confundem-se com pássaros
que sombreiam o horizonte
e mendigos solitários
que escrevem poemas

os que tecem as manhãs
são rastros de futuro
o infinito é o espaço-desvão-vão
entre o que somos e o que seremos
entre o que seremos e o que fomos

há flores nos olhos das crianças
e o sagrado brilha nas gotas de orvalho
a verdade é que até mesmo o sol
precisa da nossa luz
para iluminar o céu

a busca é árdua e eterna
de dor em dor
um dia chegaremos ao começo

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