Eu
celebro o eu, num canto de mim mesmo,
E
aquilo que eu presumir também presumirás,
Pois
cada átomo que há em mim igualmente habita em ti.
Walt
Whitman (Canção de mim mesmo)
penso
em me mudar para uma casa menor
onde
a solidão não possa se espalhar tanto
e
então mantê-la sentada imperceptível no canto
da
sala
a
dor deixo como poeira
grudada
nos cantos
na
mala apenas
desencanto
e a vontade de futuro
levanto
os olhos secos
emoldurados
de infinito
entoo
um canto
desolado
e aflito
a
lembrar
de
quando morri num voo
não
consumado
náufraga de um barco furado
fragilidade
suicida
folha
sem vida presa ao galho
falho
ato de liberdade
só
lhe peço
na
saída
devolva
o que me pertence
e
está costurado em sua vida
meu
coração
meu
canto
minha
poesia
tudo
o que a solidão não vive sem
levo
para a nova residência
para
que haja amor e coerência
em
algum canto de mim
(imagem de Mircea Pleteriu)
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