Tupã
desenhou um emaranhado
de
rios no grande verde brasileiro
espalhou
pássaros pelo ar
bichos
grandes e pequenos
gente
colorida pela paisagem
gente
que planta, caça e pesca
gente
que dança e bate os pés na terra
gente
que tem poesia no nome
Xavante
Guarani
Kayapó
Canela Kaiabi
Waiwai
Kuikuro Yanomami
Timbira
Guajajara Karajá
Avá-Canoeiro
Tupi Makuxi
o
rio canta os mantras dos ancestrais
a
floresta é a mãe que abraça
valentes
guerreiros
sábios
xamãs
filhos
das matas
“meninos,
eu vi!”
meninos,
eu vi
o
homem da cidade
matar
e excluir
desmatar
e destruir
os
rios e os homens das florestas
eu
vi o homem da cidade
com
o brilho da cobiça no olhar
“Tupã,
ó Deus grande! descobre o teu rosto”
eu
te peço e imploro
“por
este sol que me aclara”
pela
pátria que mora em meu peito
pelos
irmãos pelas matas pelos rios
abre
os olhos dos homens vazios
homem
napëpë
escuta
as vozes das árvores
que
choram o assovio da morte
protege
a riqueza do chão e do ar
respeita
a floresta e os animais
homem
branco
deixa
o rio fluir
deixa
o índio em paz
(imagem de Rita Barreto)
Belo poema ecológico!
ResponderExcluirUm beijo