27 novembro 2013

Olhares



os olhares que me ferem
não cobram
não pedem
não acusam
mas ferem
instalam-se
como espinhos frios
hipnotizam
com força tamanha
que sinto vertigens
não sei onde guardar
tanto desconforto
espelhos
que me fotografam
setas
a me atravessarem
estrelas que me contemplam
duas contas coloridas
compondo um colar infinito
de almas que se reconhecem
em sua imensa fragilidade




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