arte de Mikko Lagerstedt |
risco escuro que trespassa a mata
em sussurante e lento cantar
o rio noturno murmura o medo
como assombro de vozes antigas
revela sombras e espectros
em dança inquieta contornando árvores
peregrino
consome olhos na geografia da noite
a noite
desdobra-se líquida em seu fluxo profundo
o rio noturno tem a chave
dos porões das mémórias
de mágoas estagnadas
em suas águas
refletidas
as estrelas tremulam
e anseiam a manhã
soturno viajante
o rio noturno traz uma outra vida
de solidão e negrume de pedras
dos olhos da madrugada
de aves de trevas e umbrais
Lindo, Helen. Lido como poema e como prosa e sentido na pureza da boa poesia. Destaco: "em suas águas
ResponderExcluirrefletidas
as estrelas tremulam
e anseiam a manhã." Parabéns, sempre. Fã! Beijão, poetisa.
Gosto dos "olhos da madrugada"!
ResponderExcluirUm beijo