meu coração antigo
revolve areias no fundo do oceano
refaz templos esquecidos
bate às portas do Oriente
folheia os livros sagrados
conversa em vão com Sofias
sobe alterosas colinas
e se deita atrevido
sobre pedras de um castelo mouro
aporta exausto
nas praias de Ítaca
após incontáveis combates
rebela-se contra a indignidade
e proclama em nome do cálice
menos Marx e mais Blavatsky
deita-se sobre a rosa dos ventos
e busca nos quatro elementos
a liberdade espiritual
meu coração antigo
me avista gentil do futuro
e ri-se de minhas frustrações
sabe onde se abriga a deusa
onde embainho a espada
onde repousa o cavaleiro
senta-se com o mensageiro
enreda-se entre serpentes
discute com os guardiões
meu coração antigo
tem sede de mar e tempo
viaja aos confins de si mesmo
traz uma rosa nas mãos
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