29 março 2016

Alma oceânica



eu nunca habitei o mar
mas tenho a alma oceânica
ávida de profundezas
o rumo das incertezas
me leva me tange e me traz
nas ilhas que me povoam
deixo pequenos pertences
brinquedos abandonados
corações despedaçados
fragmentos de velhas canções
se as águas não me absorvem
retorno à terra sombria
recuso o espírito atlante
e busco cambaleante
fincar os pés neste lar
aqui tenho a calmaria
deságuo-me reverente
apesar da flama ardente
lembrando a todo momento
que este não é meu lugar


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