19 setembro 2009

sem fantasias



qual a parte de mim que fica?
qual a parte de mim que vai?

o mistério
de aqui chegarmos
nus
e de mãos vazias

e de partirmos
para o mistério
nus
e de mãos vazias

sem máscaras
sem fantasias

neste intervalo
- que é a vida –

nos vestimos
revestimos
travestimos

tantos disfarces
para tantas farsas

essas frágeis cascas
abandonadas
no fim da festa
restarão
qual sombras
de um mero
personagem

da inutilidade
de um mero ato repetido
surge a imensidão
das possibilidades

qual a parte de mim que fica?
qual a parte de mim que vai?


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