24 fevereiro 2010

Dentro



dentro
guardo
o que de melhor amealhei


dentro
prendo
o que de pior semeei


dentro
escondo
o que não quero dividir


dentro
abrigo
amores não consumados


dentro
preservo
medos dissimulados


dentro
expio
as culpas que me infligi


dentro
acalento
os sonhos que esculpi


dentro
preencho
os intervalos em que morri


dentro
tão dentro


que às vezes
me perco
na procura


enquanto lá fora
o sol
atravessa os dias
e o tempo
açoita
a ânsia de vida


arte de Wojtek Siudmak

2 comentários:

  1. O melhor é deitar cá para fora; sempre se fica aliviado.
    Abraço

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  2. Todo mundo carrega os monstros e os anjos que despertam quando ninguém espera.

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