03 maio 2010

A mão do verso



a mão do verso
não pode pesar
para não quebrar
o encantamento


como batuta
ritmada volteia
em vaga
e voluta
acompanhando
o compasso
do coração


e traduz
no papel
sons que
reverberam
a música das esferas


a mão do verso
dispõe vocábulos
como bordados
em delicados
relevos
recatos
entremeios


trilhando sendas
de sentimentos
e impressões


e traduz
no papel
imagens que
resgatam
as almas angélicas
e transfiguram
a luz


a mão do verso
é límpida
é leve
é lúcida
frágil e transparente
silenciosa e eloquente
enleva
eleva
partilha o sentir





arte de Elena Kapustina

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