de que me vale
um homem que pisou na Lua
se ainda há seres humanos encarcerados
em prisões de tijolos e em prisões de vícios
de que me vale
um telescópio que fotografa
estrelas infinitamente distantes
se ainda vejo pessoas neste planeta
de olhos fechados às atrocidades,
eternamente voltadas
às próprias mediocridades
de que me vale
um carro que atinge alta velocidade,
satélites que indicam o caminho,
se há homens perdidos
na morosidade de uma vida
dedicada apenas a satisfazer os sentidos
de que me vale
saber o valor de moedas,
PIBs e barris de petróleo,
se a Terra está gritando por socorro
os lúcidos estão gritando por socorro
os pobres estão gritando por socorro
SOCORRO!
ninguém come dinheiro nem bebe gasolina!
a crise não é financeira, a crise é de valores morais!
vale mais
pessoa cuidando de pessoa
gente se preocupando com gente
ser humano amparando ser humano
pois já foi dito
nenhuma ovelha ficará desgarrada
nenhuma alma será condenada
nenhum passageiro restará fora da arca
Mas continua a haver muitas pessoas sentadas na estação da solidão à espera do comboio da morte.
ResponderExcluirBeijos
Grande súplica! Poema gritado e sentido cá dentro. Bjo, poetisa!
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