o amor vai por caminhos sinuosos
esbarra em farpas, fere-se e fere, sangra
afoga em profundezas abissais
ergue-se febril sobre as nuvens
encosta na pele, queima
isola-se incompreendido
recua, vacila e chora
o amor carrega pedras
arrasta pés esfacelados
enterra suas dores
em jardins floridos
desembaraça futuros
funde em forja as memórias
deixa pegadas nas ilusões
o amor dorme em lençóis de pétalas
e acorda nos olhos dos amantes
tem sempre as mãos estendidas
ainda quando atadas
preenche os vãos entre as estrelas
colore de alfazema as auroras
amor que é ausência abre fendas
por onde escorrem alegrias
é treva imensa e luz absoluta
fruto que abre em sumo quando amadurece
flor que envenena quando amarga
o amor pode ser tudo e pode ser nada
caso interesse sondar além os seus mistérios
considere elevar uma prece
à voz do vento
à alma de uma fada
aos olhos de uma criança
ou ao livro do tempo
"O amor pode ser tudo e pode ser nada". É isso!
ResponderExcluirBeijos
Lendo e lendo e sentindo o amor
ResponderExcluirem veredas e vertentes
O Amor supremo em atos pequenos como tudo ou nado. Feito e refeito em atos. Em vida.
Não sei falar. Sentir as palavras no momento me cala.
belo, Poetisa.
Abraço.