11 julho 2019

Um sinal


nas montanhas mais altas
descansa a sabedoria
das eras

nas árvores mais antigas
mora a paciência
do tempo

no templo do silêncio
as rosas incendiadas
esperam
um sinal

mal vês as faces
que se dissolvem
em torpes enganos

não ouves o estalar
das almas
que se fragmentam

em que espaço bolorento 
enterramos a capacidade
de ler além do visível

em que solidão
perdemos a memória
do mundo

o poema chama por mim
no escuro da palavra
no branco do papel
espera
um sinal


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