25 dezembro 2024

Domadora de tornados




quem pouco me conhece
e me vê apenas pela fachada
de uma casa que guarda 
todo um mundo
não vê o oceano profundo
que está represado
e só deixa escapar
algumas gotas 
pela fresta dos olhos

nem desconfia como me conecto ao céu 
e reverencio as pedras
as nuvens ensinam leveza à alma
as pedras guardam em si a eternidade

não vê as montanhas e planícies 
que percorro internamente
em busca de respostas
a questões que estão guardadas
mas não sei onde

não sabe como ouço azuis 
nos momentos de reflexão
e nem de longe imagina 
os tornados que já domei
como a montar intrépido corcel

aos poucos fui aprendendo
a magia de refrear as ventanias
a natureza é plena de
amor e movimento
e tenho ela toda comigo


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